domingo, 18 de maio de 2008

As eleições na Primavera Marcelista - 1969 - a «evolução na continuidade» ©







Esta última carta foi colectiamente subscrita por mim e mais dois ou três colegas meus e remetida tal como a anterior aos jornais da oposição
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Na «Primavera» Marcelista de Marcello, este, num gesto «largo e generoso», mal-citando eu Pessoa (1), permitiu o regresso de dois exildos políticos, Mário Soares e D. António Ferreira Gomes, Bispo do Porto. Para alguém mínimamente (in)formado tratava-se duma operação de cosmética, pois os exilados no Tarrafal, em S.Nicolau, em Caxias ou em Peniche continuaram no exílio com «seguras» medidas de protecção.
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Mas tal foi suficiente para que uma «honrada» e «patriótica» «Oposição» tivesse aceitado cindir as CDE - Comissões Democráticas Eleitorais e concorrer autónomamente nas CEUD - Comissões Eleitorais da Unidade Democrática, apenas em ... Braga (cidade histórica e aberta por ser o berço de patrióticas manifestações e revoluções), Lisboa e Porto.
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Outra parte aceitou a «liberalidade» de integrar as listas da Acção Nacional Popular/ex-União Nacional, tendo sido eleitas.
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A derrota da CEUD foi arrasadora e a «ala liberal» acabou por sair «desiludida». Mas entretanto houve uma diferença. Da «força» das CEUD's renasceu como fénix de «buonna» sorte, no estrangeiro, previdentemente, em 1973, o Partido Socialista Português (PSP), que entretanto deixou cair um «P», de «Português, talvez porque a sigla se confundia com a da PSP (Polícia de Segurança Pública». Entretanto, em Portugal, semi-tolerada existia, uma SEDES, associação de «estudis e reflexão», putativo embrião dum partido socialista que, sendo «nacionalista» e tecnocrata, só surgiu após o 25 de Abril com o nome de Partido Popular Democrático, cuja adesão à Internacional Socialista foi encerrada pelo PSP/PS.
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Em 1973 não surgiu qualquer CEUD ou Partido Sicialista, embrionário ou «estrangeirado», pelo que havia dois candidatos, as CDE(cêud) e a ANP/UN. A «ala liberal» já tinha deixado Marcelo a falar sózinho e a CDE desistiu à boca das urnas para não «caucionar» a liberdade eleitoral mercellista da evolução na continuidade. (2)
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Os textos acima reproduzidos dão conta da lisura do recenseamento eleiroral e da sua fiscalização em 1969. Cada eleitor era uma «ficha» arquivada numa «caixa» que só podia ser manuseada pelo «servidor» público. Claro que a minha inocência permitiu passar no crivo e ser «admitido» como eleitor.
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Em 1969 vim propositadamente de comboio de Lisboa a Évora para votar na CDE mas com tanto azar que, chegando a horas, encontrei as urnas já encerradas.
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Assim, em 25 de Abril, havia de facto e apenas 3 «partidos»: o PCP, o PSP/PS e a ANP. Uma análise semântica discutível que entre Nação e Povo não havia então relevante distinção distinção - era tudo a mesma Nação, o mesmo Povo e a mesma Raça do Minho a Timor.
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Mas o Poder caíu na Rua e Spínola foi forçado a «aceitar» a legalização do PCP, do PSP/PS e duma míriade de constelações que corajosamente tinham duas frentes de batalha: derrubar o Poder da Burguesia e do Capitalismo e derrotar o «Capitalismo de Estado» «social-fascista». E foi porque o Poder caíu na Rua que surgiram «legalmente» e contra a «pureza» dos princípios do «revolucionário» MFA uma constelação de partidos «trabalhistas», democráticos», «democratas-sociais», «cristãos-democratas», «liberais», «marxistas-leninistas ©», «trotsquistas anti-estalinistas«, «ML estalinistas maoístas» .... (3)
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A maioria deles desapareceu mas manteve o selo de garantia e o seguro de vida que que lhes permite renascerem qual fénix nas campanhas eleitorais, «isentos» da prova de vida dos cinco mil militantes.
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(2) - Em 2004, curiosamente, o Governo «transformou» os 30 anos da «Revolução» em ... 30 anos de «Evolução» (cf. grao de areia). Na verdade a «Revolução» pouco mais durou que um ano e não resistiu ao «calor» do Verão Quente. Pelo que em coerência e na minha modesta opinião o «Governo» teve apenas um ligeiro erro de cálculo, pois o que pretenderia seria comemorar os 29 anos de «involução na continuidade» interrompida pela ditadura de do 25 Abril após a «Revolução» do 28 de Maio, a mãe da «evolução na continuidade». Ai Braga das bragas curtas vista por um canudo invertido !
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Eleições legislativas de 1969
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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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As eleições legislativas portuguesas de 1969 foram as primeiras realizadas após a saída de António de Oliveira Salazar da Presidência do Conselho. Decorreram num clima de aparente abertura política, designado por Primavera Marcelista. Realizaram-se no dia 26 de Outubro, tendo concorrido quatro listas: União Nacional, Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, Comissão Democrática Eleitoral e Comissão Eleitoral Monárquica. A União Nacional elegeu a totalidade dos 120 deputados, obtendo 980 mil votos. As listas oposicionistas obtêm 133 mil.
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Fonte: Centro de Estudos do Pensamento Político. [1]
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Eleições legislativas portuguesas de 1973
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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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As eleições legislativas portuguesas de 1973 foram as últimas realizadas durante a vigência da Constituição de 1933. Realizaram-se em 28 de Outubro, tendo sido eleitos os 150 deputados da Assembleia Nacional. A Acção Nacional Popular elegeu a totalidade dos deputados, tendo o Movimento Democrático, coligação entre o PCP e o PS, desistido por considerar que não existiam condições para a realização de eleições livres.
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